Astrônomos localizam planetas com semelhantes a Terra
Em estudo publicado na edição desta semana do periódico científico “Astrophysical Journal Letters”, os cientistas informam ter usado um espectrógrafo instalado no observatório de Monte Palomar, na Califórnia.
Houston - Uma equipe de astrônomos da Universidade de Cornell, nos EUA, afirma ter encontrado os mais fortes candidatos a “Terra 2”, isto é, planetas parecidos com o nosso orbitando suas estrelas na chamada zona habitável, em que eles não estão nem próximos nem longe demais delas de forma a terem água líquida em sua superfície, condição considerada fundamental para abrigar vida.
Em estudo publicado na edição desta semana do periódico científico “Astrophysical Journal Letters”, os cientistas informam ter usado um espectrógrafo instalado no observatório de Monte Palomar, na Califórnia, para medir a temperatura e concentração de metais de pequenas estrelas chamadas anãs tipo M, as mais abundantes no Universo.
Cruzando as informações com dados do telescópio espacial Kepler, que desde 2009 estuda uma faixa do céu com cerca de 150 mil estrelas em busca de sinais de planetas extrassolares, sobre 80 destas estrelas, eles encontraram indicações da possível presença de pequenos planetas rochosos em torno de três delas, denominadas KOI (sigla em inglês para “objeto de interesse do Kepler”) 463.01, KOI 812.03 and KOI 854.01.
- É um argumento geral que a vasta maioria dos planetas do Universo, e possivelmente dos planetas parecidos com a Terra nas zonas habitáveis, são planetas orbitando anãs do tipo M – diz Jamie Lloyd, professor da Universidade de Cornell e coautor do estudo.
Mas como as estrelas anãs do tipo M são muito tênues e difíceis de serem observadas, seu estudo tem sido negligenciado há muitos anos, destaca Bárbara Rojas-Ayala, também coautora do artigo. Hoje trabalhando no Museu Americano de História Natural, quando estava em Cornell Bárbara desenvolveu uma técnica especial de uso do espectrógrafo de Monte Palomar, apelidado TripleSpec, para melhorar as medições de temperatura e composição destas estrelas, o que permitiu também fazer melhores avaliações de seu tamanho.
Juntando as informações do Kepler e do TripleSpec, os astrônomos acreditam ter encontrado indícios de planetas extrassolares com tamanho, massa e temperatura comparáveis com os da Terra. A confirmação de sua existência, no entanto, ainda depende de mais observações com telescópios mais potentes, o que os cientistas esperam que aconteça a partir da publicação de seu estudo.
- Setenta por cento das estrelas do Universo são pequenas, e não como nosso Sol – lembra Philip Muirhead, outro coautor do artigo. - Assim, se estes planetas são comuns em torno de pequenas estrelas, e as pequenas estrelas são comuns no Universo, então a maior parte da vida do Universo deve de fato existir nestes tipos de planetas, e não em sistemas parecidos com o da Terra em torno de estrelas parecidas com o Sol.
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