AZTECAS, INCAS E MAIAS E SUA ORIGEM EXTRATERRESTRE
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Estes crânios
encontram-se expostos no Museu de Antropologia de Lima (Peru). Ainda
causam controvérsia, pois não se encaixam nas técnicas das "deformações
cranianas", empreendidas pelos antigos, que as usavam esses
procedimentos com fins mágico-religiosos e estéticos. |
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É possível
deformar o crânio sim, mas não aumentar o volume interno. E estes
comprovadamente tem volume 40 a 50% superiores ao do homem normal.Além
disso, deformações nunca seriam tão siméricas, vertical, horizontal e
radialmente!E nem totalmente iguais uma as outras. Ademais, deformaçao
não explica nada; só constata o fato de que a nobreza ou clero estaria
tentando parecer superior. Porém, com base em quê 'modelo'superior? A
quem pretendiam imitar, se assemelhar, PARA parecerem
superiores? Por fim a face, os olhos e especialmente os ossos da
mandíbula não podem ser deformados. E são claramente distintos do homem
comum. Exceto se pertencerem a uma raça humana desconhecida. |
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Os
incas também explicavam as origens do mundo e do homem através de
lendas. Para aquele povo, o Criador (também conhecido como
Pachayachachi, “professor do mundo”, ou Tesci-viracocha”, Deus
Incompreensível”) Os incas acreditavam que o criador tinha dois filhos:
Yamayama Viracocha e Topaco Viracocha. Ele teria ordenado que o
primogênito, Yamayama atravessasse montanhas e florestas e percorresse o
planeta, nomeando arvores e frutos e ensinando as pessoas a
transformarem esses elementos em poções medicinais. Ao outro filho,
Topaco, coube a tarefa de nomear rios e instruir a natureza. Após
cumprirem as atribuições que lhes competiam, os filhos de Viracocha
puderam ascender aos céus. Qualquer semelhança desta lenda com a
mitologia Suméria e a história de Enki e Enlil não é mera coincidência.
Os incas também mencionam um dilúvio universal, elemento que aparece de
forma decorrente em documentos religiosos de varias civilizações. Outra
semelhança da mitologia da civilização inca esta relacionada ao livro de
Enoch, que é um personagem misterioso de que a tradição religiosa
judaica se apropriou, mas de fato é muito anterior a civilização
hebraica. Alguns eruditos asseguram que antes da Bíblia, como antes
mesmo dos ‘Vedas’, dos ‘Brahmanas’, das ‘Leis de Manu’, dos ‘Purunas’
dos ‘King’ dos chineses, haviam manuscritos que serviam de modelo aos
livros sagrados que conhecemos a começar pelos (Gênesis’) Moises fala,
por varias vezes, de manuscritos mais antigos que o Pentateuco e cita
passagens deles.
Moisés parece ter resumido estes livros
antigos nos doze primeiros capítulos do “Gênesis Bíblico”.E aí até duas
fontes diferentes para o Gênesis haviam: A eloísta e a jeovita. “A crer
na tradição, Enoch seria originário da Alta Mesopotâmia ou da Armênia,
porque é considerado iniciador ou par do lendário rei Kayou Marath, ou
Kaiomers “Rei da Terra” e do Azerbaijão. Encontramos muitas semelhanças
na mitologia Maia que foi um dos povos mais evoluídos que habitaram a
Meso-America, o interesse dos Maias nos enigmas do Cosmo levou-os a
confeccionar um poderoso sistema de calendário, assim como a matemática
que antecipou o conceito do zero em muitos séculos(este foi redescoberto
na Índia, muito tempo depois). Apesar de seu apego ao racionalismo,
porém, os Maias desenvolveram uma mitologia riquíssima. Como os astecas,
compartilhavam a crença de que inúmeros mundos haviam sido criados
antes do atual – e que a terra seria destruída por um flagelo
apocalíptico. Segundo os Maias a criação na criação do mundo duas
divindades, Tepeu e Gugumatz, juntaram-se na escuridão, na noite.
Falaram sobre a vida e a luz, sobre o que deveriam fazer para que
houvesse luz e alvorada e sobre quem forneceria comida e sustento.
Depois planejaram a criação e o crescimento das arvores e dos bosques.
Como os egípcios, os Maias eram eméritos arquitetos(também construíram
pirâmides e sepulcros imponentes) e muito interessados em ciências como
astronomia e matemática – nesse quesito deixaram um importante legado,
já que a eles se atribui o conceito da abstração matemática. De fato, os
calendários da civilização atual são baseados em protótipos criados por
aquele povo. Também estudavam a movimentação dos corpos celestes(como o
sol e a lua)e estabeleceram um ano solar de 365 dias, inclusive com um
ano bi-sexto a cada quatro anos.
Que
tipo de cultura poderia ter cultivado e celebrado esse costume
demoníaco? Ali, em Chichen Itza, entre ruínas com mais de 1.200 anos de
idade, tinha havido uma sociedade híbrida, produto do cruzamento de
elementos maias e toltecas. O altar de Sacrifício de Bebês. O local,
criação dos olmecas, a denominada "cultura-matriz" da América Central,
tinha mais de 3.000 anos de idade. Era um bloco de granito maciço, de
cerca de 1,20m de espessura, tendo nos lados, em alto-relevo, quatro
homens usando curiosos adereços de cabeça. Todos tinham nas mãos um bebê
sadio, gordinho, esperneando em um pavor claramente visível. A parte
posterior do altar era destituída de decoração; já na frente, era
representada uma figura tendo nos braços, como uma oferenda, o corpo de
uma criança morta. Consta dos anais, por exemplo, que Ahuitzod, o oitavo
e mais poderoso imperador da dinastia real asteca, "celebrou a
inauguração do templo de Huitzilopochtli, em Tenochitlán, mandando
formar prisioneiros em quatro fiIas, que marcharam diante de equipes de
sacerdotes que trabalharam durante quatro dias seguidos para dar cabo de
todos eles. Nessa ocasião, nada menos de 80.000 indivíduos foram
sacrificados em um único rito cerimonial". No total, estima-se que o
número de vítimas sacrificiais no império asteca como um todo chegou a
cerca de 250.000 ao ano, no início do século XVI.
Um mito pré-colombiano recolhido no México por Juan de Torquemada,
historiador espanhol do século XVI, por exemplo, afirmava que
Quetzalcoatl era "um homem louro e corado, com uma longa barba". Ele
condenou os sacrifícios, exceto de flores e frutos, e era conhecido como
o deus da paz... De acordo com uma tradição particularmente notável da
América Central, esse "sábio instrutor" veio do outro lado do mar em um
barco que se movia por si mesmo, sem remos. Todas as lendas diziam
inequivocamente que Quetzalcoatl/Kukulkan/Gucumatz/Votan/Izamana chegara
à América Central procedente de algum lugar muito distante (do outro
lado do "Mar Oriental") e que, em meio a grande tristeza, ele viajara
novamente na direção de onde viera. Por que Quetzalcoatl teria ido
embora? Qual foi o problema? As lendas mexicanas forneceriam respostas a
essas perguntas? Diziam elas que o esclarecido e benevolente governo da
Serpente Emplumada foi encerrado por Tezcatilpoca, cujo nome
significava "Espelho Esfumaçado" e cujo culto exigia sacrifícios
humanos. Parece que uma guerra quase cósmica entre as forças da luz e
das trevas ocorreu no México antigo e que estas últimas triunfaram... Segundo
Bernal Dias [historiador espanhol], os nativos davam a essa pedra o
nome de 'Tezcat'. Com ela eram feitos também espelhos com finalidades
divinatórias, usados por feiticeiros." Representando as forças das
trevas e da maldade rapace, Tezcatilpoca, segundo as lendas, esteve
envolvido em conflitos com Quetzalcoatl que se prolongaram durante um
número imenso de anos. Às vezes, um parecia estar vencendo a luta e, em
certas ocasiões, o outro. Finalmente, a guerra cósmica chegou ao fim na
ocasião em que o bem foi derrotado pelo mal, com o resultado de que
Quetzalcoatl foi expulso de Tollan. Daí em diante, sob a influência do
culto aterrador de Tezcatilpoca, os sacrifícios humanos reapareceram na
América Central.
O Quetzalcoatl histórica - nasceu provavelmente por volta do ano 947.
Seu pai, Mixcoatl, que era chefe dos toltecas. Ele foi originalmente
chamado Ce Acatl Topitzin, que significa "Nossa Príncipe Nascido Ce
Acatl", sendo este último um feriado importante tolteca. Seu nascimento
foi imediatamente precedido por uma tragédia familiar terrível, o pai
ter sido deposto e assassinado por um irmão ciumento chamado Ihuitmal.
filho da mãe grávida nascituros, Chimalma, fugiu para Tepoztlan. Antes
de morrer no parto, Chimalma declarou que seu filho foi concebido por
Deus, porque ela tinha engolido um pedaço de jade verde-azul.
Criados por seus avós, Ce Acatl Topitzin foi enviado para a escola
religiosa em Xochicalco. Lá, ele impressionou tanto os professores com
sua sabedoria e piedade que lhe confere o nome de Quetzalcoatl. Que
significa "serpente emplumada", este foi um título de prestígio dado às
pessoas cujo comportamento mostra sinais de um estado exaltado como o
alcançado por um santo ou um sábio.
Voltando a Tula, Quetzalcoatl desafiou seu tio usurpador de enterrar os
restos de seu pai com a cerimónia a que tinha direito. Ele então assumiu
como novo líder dos toltecas, empurrando o Ihuitmal impopular em um
fogo sacrificial.
Quetzalcoatl provou ser um governante sábio e progressiva. Em uma ação
que demonstrou sensibilidade e auto-interesse esclarecido, ele importou
um grupo de talentosos surdos-mudos conhecido como nonoalcos para
trabalhar como artesãos em seu reino.
O nonoalcos eram descendentes dos artesãos altamente qualificados de
Teotihuacan e foram eles que elaboraram os projetos distintos para o
qual Tula é conhecida - colunas serpente, pilares praça ornamentada com
frisos e porte estátuas gigantes de guerreiros.
Quetzalcoatl também aboliu os sacrifícios humanos e decretou que os
objetos de sacrifício agora limitada às serpentes, flores e pequenos
pássaros. É neste ponto que a linha se torna borrada entre o histórico
eo lendário Quetzalcoatl.
Embora os sacerdotes eram, sem dúvida, irritado com sua proibição de
sacrifícios humanos, contas das ações atribuídas a eles são, obviamente,
o trabalho dos criadores de mitos e não de historiadores responsável.
Segundo esta versão, os sacerdotes convocou um antigo deus chamado
Texcatlipoca para ajudá-los a se livrar de Quetzalcoatl. Texcatlipoca
era um deus do mal, e ele e os sacrifícios humanos pró-sacerdotes,
obviamente, sobre Quetzalcoatl olhou como uma espécie de coração
liberal-sangramento. (O sangramento corações só queriam ver eram as
arrancadas de vítimas e colocou nos altares.)
Decidindo sobre um ardil, Texcatlipoca penetrou no santuário
Quetzalcoatl com dois deuses menores, também o mal, e assustava,
demonstrando uma nova invenção: o espelho. Fingindo amizade, que ele
disfarçou, cobrindo seu corpo com tinta vermelha, plumas e uma máscara.
Serviram-lhe uma refeição deliciosa e Texcatlipoca Quetzalcoatl
convenceu a beber uma bebida de pulque misturado com mel. A mistura
embebedou e os conspiradores, em seguida, caiu uma moça bonita dançando
em seu quarto. Ele acordou na manhã seguinte com uma ressaca ea
realização horrível que ele havia quebrado seu voto de castidade
sacerdotal. Atormentado pelo remorso, Quetzalcoatl vagou em exílio
auto-imposto para 20 anos e acabou perto do que é hoje o porto do Golfo
de Coatzocoalcos.
Lá, ele se despediu de uma banda de discípulos fiéis chorando, prometendo voltar em algum momento futuro.
Ele embarcou para Yucatan, onde se tornou igualmente admirado pelos maias, que o chamou Kulkulcan
ANTIGOS CRUZAMENTOS
Tudo nos induz a crer que, ao tempo do descobrimento, havia aqui na
América duas raças, uma –que é tronco – vermelha, cuja existência
remonta como disse, a muitos mil anos; outra cruzada com raças
brancas. Um dos cruzamentos com o tronco branco deixou em si documento
mais autêntico do que se assenta a história, e esse documento são
milhares de raízes sânscritas que se encontram no Quíchua, segundo a
comparação feita pelo Sr. Fidel Lopez, de Buenos Aires, em sua recente
obra- RAÇAS ARIANAS NO PERU; idênticos vestígios se encontram em outras
línguas, como o demonstra o Padre Brasseur de Bourbong em sua Gramática
da Língua Quiché e seus dialetos.“Lyell’s
Prino. Of Geologi t.II PAG 479 Londres 1872” porem o estabelecimento da
humanidade na America, apesar de ser um fato comparativamente recente,
pode remontar até o período paleolítico da Europa Oriental
LINGUAS ARIANAS DA AMERICA mais de 10.000 a.c
Parece hoje fora de dúvida que o sânscrito forneceu cerca de duas mil raízes ao quíchua.
Relações entre as línguas americanas e esta grande língua asiática, de
onde se originaram as sete línguas atuais da Europa, haviam pressentido
de muitas. Os estudos sérios de biologia comparada datam da publicação
da gramática de Bop.
Auxiliado pelo General Urquiza, que coligiu documentos quíchuas, a peso
de ouro, o Sr. Fidel Lopez começou seus estudos comparativos entre a
língua dos incas e a em que estão escritos os Vedas, talvez o mais
antigo monumento da sabedoria humana. Auxiliado depois por um
egiptólogo, que propositalmente foi a Buenos Aires e publicou em francês
a sua obra: Raças Arianas do Peru, em que apresenta centenas de raízes
quíchuas idênticas a raízes sânscritas. O doutor em leis José Fernandez
Nodal , publicava em Cuzco (1872) Os Elementos de gramática quíchua ou
idioma de los Yncas, um volume com 444 paginas, facilitando assim a
comparação dessa curiosa língua americana com o sânscrito, depois de ter
lido os trabalhos de Srs Fidel Lopez, Brasseur de Bourbourg e Nodal,
convenci-me de que as línguas de que tratam sofreram profundas
modificações em seus vocabulários por vocábulos sânscritos. Uma raça
ariana, portanto esteve largamente em cruzamento com os índios
americanos e os incas e seus progenitores eram filhos dos plateaux ou
araxás da Ásia Central. Ignoro se existe no Brasil alguma língua que com
justa razão com tendo afinidade com o sânscrito; se há o guaicuru deve
ser uma delas.
BISPO MANDOU DESTRUIR A BIBLIOTECA DOS YNCAS
Muitas pessoas estranharam que se pudesse ter conservado um crônica
completa dos reis do Peru por espaço de tão largo período, e por isso
colocaram em duvida a exatidão d’estas datas. No entretanto é fato hoje
verificado que os quíchuas, nome de nação sobre que reinavam os incas,
podiam formar e efetivamente formaram verdadeiros livros, por um
método de escrita chamado “Quipo” e inventado pelos Tahuantinuyanos, o
qual consistia na combinação de fios de diversas cores, com os quais
perpetuavam o pensamento. O fanatismo maometano destruiu a biblioteca
de Alexandria. O fanatismo cristão veio também destruir a biblioteca dos
Yncas- Aqui vai o texto notável documento que prova esse fato.
Descoberto ano passado em Lima, e citado pelo Dr. J.F. Nodal em sua
gramática da língua quíchua, Cuzco 1872, pg .95. “ E por quanto entre
os índios, que ignoraram as nossas letras, os livros sejam substituídos
por sinais a que os mesmos denominam QUIPOS , dos quais ressaltam os
monumentos da superstição antiga, nos em que esta conservada a memória
de seus ritos e cerimônias e leis. POR ISSO OS BISPOS DEVEM CUIDAR DE
QUE TODOS ESSES INSTRUMENTOS PERNICIOSOS SEJAM EXTERMINADOS. E assim
apagou-se para sempre uma das mais curiosas paginas da humanidade.
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Trecho do Livro O SELVAGEM e curso de
língua geral segundo Ollendorf, compreendendo o texto original de
lendas Tupis, origens, costumes, região selvagem, método a empregar para
amansa-los por intermédio das colônias militares e do interprete
militar, impresso por ordem do governo, Rio de Janeiro, typografia da
reforma, rua sete de setembro 181 ano de 1876 |
BabeI Mexicana
Abandonando
Tula na direção sudeste, contornamos a Cidade do México, percorrendo
uma série de vias expressas que nos levaram, arrastando-nos, até as
bordas da poluição da capital, que faz os olhos lacrimejarem e os
pulmões arderem. Prosseguindo na viagem, chegamos às montanhas cobertas
de pinheiros, deixando para trás o cume nevado do Popocatepetl e daí
seguindo por pistas orladas de árvores através de campos e fazendas.
Em
fins da tarde, chegamos a Cholula, uma sonolenta cidadezinha de 11.000
habitantes e espaçosa praça central. Após virar para leste através de
ruas estreitas, cruzamos trilhos de estrada de ferro e paramos à sombra
da tlahchiualtepetl, a "montanha feita pelo homem", que era o objetivo
de nossa visita.
Outrora
consagrado ao culto pacífico de Quetzalcoatl, mas, nesse momento, tendo
no alto uma ornamentada igreja católica, esse imenso edifício foi
classificado entre os projetos de engenharia mais extensos e ambiciosos
jamais empreendidos em qualquer local no mundo antigo. Na verdade, com
uma área de 18ha e altura de 64m, é três vezes mais maciço do que a
Grande Pirâmide do Egito. Embora com os contornos tornados indistintos
pela idade e os lados cobertos por relva densa, era ainda possível
reconhecer que a construção fora outrora um zigurate imponente, que
subia para os céus em quatro "degraus" de ângulos bem nítidos. Medindo
quase meio quilômetro ao longo de cada lado da base, a estrutura
conseguira, apesar de tudo, preservar uma beleza digna, ainda que
violada.
O
passado, embora muitas vezes seco e lacônico, raramente é estúpido.
Ocasionalmente, pode expressar-se em termos apaixonados. E me pareceu
que isso acontecia nesse local, prestando testemunho da degradação
física e psicológica imposta aos povos nativos do México quando o
conquistador espanhol, Hernán Cortés, quase displicentemente, "decapitou
uma cultura, da mesma forma que um transeunte pode cortar a flor de um
girassol". Em Cholula, que fora outrora um grande centro de
peregrinação, com uma população de cerca de 100.000 almas por ocasião da
conquista, a decapitação de tradições e estilos de vida antigos
exigiram que um ato especialmente humilhante fosse praticado contra a
montanha artificial de Quetzalcoatl. A solução foi achatar e profanar o
templo que outrora se erguera no cume do zigurate e substituí-Io por uma
igreja.
Embora
Cortés e seus homens fossem poucos e os cholulanos muito numerosos, ao
entrarem na cidade, o conquistador e sua gente contavam com uma grande
vantagem: barbudos e de pele clara, usando armaduras brilhantes, eles
pareciam a realização de uma profecia - não fora sempre prometido que
Quetzalcoatl, a Serpente Emplumada, voltaria "do mar do Leste" com sua
tropa de seguidores?
Devido
a tal expectativa, os ingênuos e confiantes cholulanos permitiram que
os conquistadores subissem os degraus do zigurate e entrassem no grande
pátio do templo, onde receberam as boas-vindas de moças alegremente
vestidas, cantando e tocando instrumentos, enquanto outros nativos
andavam de um lado para o outro trazendo travessas de pão e carnes finas
cozidas.
Um
dos historiadores espanhóis, testemunha ocular dos acontecimentos que
se seguiram, menciona o povo da cidade, a adoração nos olhos de pessoas
de todas as situações sociais, "desarmados, de rostos ansiosos e
felizes, reunidos ali para ouvir o que os homens brancos iriam dizer".
Compreendendo à vista dessa inacreditável recepção que seus intuitos
sequer eram objeto de suspeita, os espanhóis cerraram fileiras,
colocaram guardas em todas as entradas, sacaram suas armas de aço e
assassinaram seus anfltriões. Seis mil nativos morreram nesse massacre
horripilante, comparável em selvageria aos rituais mais sanguinolentos
dos astecas. "Os moradores de Cholula foram tomados de surpresa. Sem
armas ou escudos, receberam os espanhóis. Ainda que desarmados, foram
massacrados sem aviso. Foram assassinados em um ato de pura
deslealdade." Era irônico, pensei, que os conquistadores, no Peru e no
México, tivessem tirado proveito, da mesma maneira, de lendas locais que
profetizavam a volta do deus barbudo, de pele clara. Se esse deus era
realmente um ser humano deificado, como parecia provável, ele deveria
ser originário de uma civilização altamente evoluída e dotado de um
caráter exemplar - ou, com maior probabilidade ainda, duas pessoas
diferentes da mesma origem, o primeiro trabalhando no México e servindo
de modelo para Quetzalcoatl, e o segundo no Peru, como Viracocha. A
semelhança superficial dos espanhóis com os antigos estrangeiros de pele
clara abriu numerosas portas que, de outra maneira, teriam permanecido
fechadas. Mas, ao contrário de seus sábios e benevolentes predecessores,
Pizarro, nos Andes, e Cortés, na América Central, eram lobos famintos.
Devoraram as terras, os povos e as culturas que atacaram. Destruíram
quase tudo...
Os Filhos do Quinto Sol
Tais como os muitos e diferentes povos e culturas que os precederam no
México, os astecas acreditavam que o universo funcionava de acordo com
grandes ciclos. Os sacerdotes afirmavam, como fato corriqueiro, que
quatro desses ciclos, ou "Sóis", já haviam transcorrido desde a criação
da raça humana. Na época da conquista, prevalecia o Quinto Sol, o mesmo
Quinto Sol, ou época, que a humanidade ainda vive hoje. A explicação
seguinte foi extraída de uma coleção rara de documentos astecas,
conhecida como Vaticano-Latin Codex:
Primeiro Sol, Matlacli Atl; duração: 4.008 anos. Os que viveram nesse
tempo comiam milho d'água, chamado atzitzintli. Nessa época, viviam os
gigantes. (...) O Primeiro Sol foi destruido pela água no signo
Matlactli Atl (Dez Águas). Foi chamado de Apachiohualiztli (inundação,
dilúvio), ou a arte da feitiçaria da chuva permanente. Os homens foram
transformados em peixes. Dizem alguns que escapou apenas um casal,
protegido por uma velha árvore que crescia perto da água. Outros dizem
que houve sete casais, que se esconderam em uma caverna até passar a
enchente e baixarem as águas. Eles repovoaram a terra e foram adorados
como deuses em suas nações...
Segundo Sol, Ehecoatl; duração: 4.010 anos. Os que viveram nessa época
comiam frutos silvestres, como o acotzintli. Esse Sol foi destruído por
Ehecoatl (Serpente do Vento) e os homens foram transformados em macacos.
(...) Um homem e uma mulher, no alto de uma rocha, foram salvos da
destruição...
Terceiro Sol. Tleyquiyahuillo; duração: 4.081 anos. Os homens,
descendentes do casal sobrevivente do Segundo Sol, comiam uma fruta
chamada tzincoacoc. Esse Terceiro Sol foi destruído pelo fogo...
Quarto Sol. Tzontlilic; duração: 5.026 anos. Os homens morreram de fome após um dilúvio de sangue e fogo...
Outro "documento cultural" dos astecas que sobreviveu à destruição da
conquista é a denominada "Pedra do Sol", de Axayacatl, o sexto imperador
da dinastia real. Esse monólito gigantesco, talhado em basalto maciço
por volta do ano 1479 d.C., pesa 24,5t e consiste numa série de círculos
concêntricos com inscrições, todas elas ostentando intrincadas
afirmações simbólicas. Da mesma forma que no códex, essas afirmações
concentram-se na crença em que o mundo já passou por quatro épocas, ou
Sóis. A primeira e mais antiga delas é representada pelo Ocelotonatiuh, o
deus jaguar: "Durante esse Sol, viveram os gigantes criados pelos
deuses, mas eles foram finalmente atacados e devorados pelos jaguares”. O
Segundo Sol é representado pela cabeça de serpente de Ehecoatl, o deus
do ar. "Durante esse período, a raça humana foi destruída por fortes
ventos e tufões, tendo sido os homens transformados em macacos”. O
símbolo do Terceiro Sol era a nuvem de tempestade e o fogo celestial:
"Nessa época, tudo foi destruído por uma certa chuva de fogo que caiu do
céu e por formação de lava. Todas as casas foram queimadas. Os homens
foram convertidos em aves para sobreviver à catástrofe”. O Quarto Sol é
representado pela cabeça da deusa da água, Chalchiuhlicue: "A destruição
chegou sob a forma de chuvas torrenciais e de inundações. As montanhas
desapareceram e os homens foram transformados em peixes”.
O símbolo do Quinto Sol, a época atual, é a face de Tonatiuh, o próprio
deus-sol. Sua língua, apropriadamente descrita como uma faca de
obsidiana, projeta-se faminta da boca, sinalizando a necessidade de
alimento sob a forma de sangue e corações humanos. Suas feições são
enrugadas, a fim de indicar idade avançada, e ele aparece dentro do
símbolo Ollin, que significa Movimento.
Por que será o Quinto Sol conhecido como "O Sol do Movimento"? Porque,
"dizem os anciãos: nele haverá um movimento da terra e disso todos nós
morreremos".
E quando acontecerá essa catástrofe? Logo, segundo os sacerdotes
astecas. Acreditavam eles que o Quinto Sol já era muito velho e que se
aproximava do fim de seu ciclo (daí as rugas na face de Tonatiuh).
Tradições antigas da América Central datavam o início dessa época em um
período remoto correspondente ao quarto milênio a.C. de acordo com o
calendário cristão. O método para lhe calcular o fim, porém, havia sido
esquecido ao tempo dos astecas. Na falta dessa informação essencial,
sacrifícios humanos eram aparentemente realizados na esperança de adiar a
catástrofe iminente. Na verdade, os astecas vieram a considerar-se um
povo eleito. Estavam convencidos de que haviam sido encarregados da
missão divina de fazer guerra e oferecer o sangue dos cativos para
alimentar Tonatiuh, preservando, dessa maneira, a vida do Quinto Sol.
Stuart Fiedel, autoridade na pré-história das Américas, resumiu toda
essa questão nas palavras seguintes: "Os astecas acreditavam que, para
prevenir a destruição do universo, que já ocorrera quatro vezes no
passado, os deuses tinham que ser propiciados com uma dieta regular de
corações e sangue humano." A mesma crença, com um número notavelmente
pequeno de variações, foi compartilhada por todas as grandes
civilizações da América Central. Ao contrário dos astecas, porém, alguns
dos povos mais antigos calcularam exatamente quando um grande movimento
da terra poderia ser esperado, levando ao fim o Quinto Sol.
Ciência de Alguma Outra Civilização?
Estudemos agora a questão de Vênus, um planeta que teve imensa
importância simbólica para todos os povos antigos da América Central. Ao
contrário dos gregos antigos, mas da mesma forma que os egípcios
antigos, os maias sabiam que Vênus era simultaneamente "a estrela
matutina" e a "estrela vespertina". E compreendiam também outras coisas.
A "revolução “sinódica" de um planeta é o período de tempo que ele leva
para voltar a qualquer dado ponto no céu - da forma como é visto da
terra. Vênus faz uma volta completa do sol a cada 224,7 dias, enquanto a
terra segue sua órbita ligeiramente mais longa. O resultado combinado
desses dois movimentos é que Vênus surge no mesmo lugar no céu da terra a
aproximadamente cada 584 dias. Quem quer que tivesse inventado o
sofisticado sistema de calendário herdado pelos maias sabia desse fato e
encontrara maneiras engenhosas de integrá-lo em outros ciclos
interligados.
Por que os "semi-civilizados" maias precisavam desse tipo de precisão de alta tecnologia?
A Contagem à Longo Prazo pode ser talvez mais bem compreendida como um
tipo de máquina de somar celeste, calculando e recalculando
constantemente a escala de nossa dívida crescente com o universo. Os
cálculos no computador da Contagem à Longo Prazo não eram, claro, feitos
com os nossos algarismos. Os maias usavam uma notação própria, que
receberam dos olmecas, que a receberam... ninguém sabe de quem. Se houve
uma herança, é legítimo perguntar com que finalidade os inventores
originais dos circuitos, semelhantes à fiação de computadores, do
calendário maia os criaram. Para que o haviam preparado? Vimos que a
preocupação obsessiva da sociedade maia, e, na verdade, de todas as
culturas antigas da América Central, consistia em calcular - e, se
possível, adiar - o fim do mundo. Poderia ser essa a finalidade para a
qual o misterioso calendário fora concebido? Poderia ter sido um
mecanismo para prever alguma terrível catástrofe cósmica ou geológica?
2. O Código da Precessão dos Equinócios
CAPÍTULO 28
A Maquinaria do Céu
Embora não espere que um texto sobre mecânica celeste seja tão fácil
como uma canção de ninar, o leitor moderno insiste em que tem capacidade
de compreender imediatamente "imagens" míticas, porque só pode
respeitar como "científicas" fórmulas de aproximação de uma página de
extensão, e coisas assim.
Ele não pensa na possibilidade de que conhecimentos igualmente
importantes possam ter sido outrora expressos em linguagem do dia-a-dia.
Jamais desconfia dessa possibilidade, embora as realizações visíveis de
culturas antigas - bastando mencionar as pirâmides e a metalurgia -
devam ser razões convincentes para que ele conclua que homens
inteligentes e sérios trabalharam atrás do palco, homens que
forçosamente deveriam ter usado linguagem técnica...
A citação acima é do falecido Giorgio de Santillana, professor de
história da ciência, do Massachusetts Institute of Technology. Nos
capítulos que se seguirão, vamos aprender alguma coisa sobre seus
estudos revolucionários de mitologia antiga. Em curtas palavras, porém, a
idéia de Santillana era a seguinte: há muito tempo, indivíduos sérios e
inteligentes criaram um sistema para esconder a terminologia técnica de
uma ciência astronômica adiantada por trás da linguagem comum do mito.
Teve ele razão? E, se teve, quem foram esses indivíduos sérios e
inteligentes - esses astrônomos, esses antigos cientistas - que
trabalharam nos bastidores da pré-história?
Comecemos com alguns dados básicos.
A Louca Dança Celeste
A terra faz uma volta completa em torno de seu eixo a cada 24 horas e
tem uma circunferência equatorial de 40.068km. Segue-se, portanto, que
um homem imóvel no equador está, na verdade, em movimento, revolvendo
com o planeta a pouco mais de 1.600km por hora. Vista do espaço exterior
e olhando de cima para baixo e para o pólo Norte, a direção do
movimento é no sentido anti-horário.
Enquanto gira diariamente em torno de seu eixo, a terra descreve também
uma órbita em torno do sol (mais uma vez, em sentido anti-horário), em
vez de ser inteiramente circular. Segue essa órbita a uma velocidade
realmente alucinante, viajando em uma hora - 107.159km - tanto quanto a
distância que um motorista típico cobriria em seis anos. Traduzindo
esses cálculos em escala mais modesta, isso significa que estamos
percorrendo o espaço muito mais rápido do que qualquer bala, à razão de
29km por segundo. No tempo que você, leitor, precisou para ler este
parágrafo, viajamos cerca de 884km na trajetória da terra em volta do
sol.
Sendo necessário um ano para completar o circuito completo, a única
prova que temos da vertiginosa corrida orbital de que participamos é
encontrada na lenta marcha das estações. E, na sucessão das próprias
estações, torna-se possível identificar um maravilhoso e imparcial
mecanismo em funcionamento que distribui eqüitativamente a primavera, o
verão, o outono e o inverno em torno do globo, através dos hemisférios
Norte e Sul, ano após ano, com regularidade absoluta.
O eixo de rotação da terra é inclinado em relação ao plano de sua órbita
(em 23,5° em relação à vertical). Essa inclinação, responsável pelas
estações, "aponta” o pólo Norte, e todo o hemisfério Norte, para longe
do sol durante seis meses por ano (enquanto o hemisfério Sul desfruta
seu verão) e aponta o pólo Sul e o hemisfério sul para longe do sol
pelos seis meses restantes (enquanto o hemisfério Norte goza seu verão).
As estações são resultado da variação anual no ângulo ao qual os raios
do sol atingem qualquer ponto particular na superfície da terra, e da
variação anual no número de horas de luz solar recebida por ela em
diferentes ocasiões do ano.
A inclinação da terra é denominada, em linguagem técnica, de
"obliqüidade". O plano de sua órbita, estendendo-se para fora para
formar um grande círculo na esfera celeste, é conhecido como a
"eclíptica”. Astrônomos falam também em “equador celeste", que é um
prolongamento do equador da terra na esfera celeste. O equador celeste
está hoje inclinado a cerca de 23,5° em relação à eclíptica, porque o
eixo da terra está inclinado a 23,5° em relação à vertical. Esse ângulo,
denominado de "obliqüidade da eclíptica", nem é fixo nem imutável todo
tempo. Ao contrário (como vimos no Capítulo 22 em relação à datação da
cidade andina de Tiahuanaco), está sujeito a oscilações constantes,
embora muito lentas. Elas ocorrem em uma faixa de ligeiramente menos de
3°, aproximando-se mais da vertical a 22,1º e afastando-se no máximo a
24,5°. Um ciclo completo, de 24,5° a 22,1°, e de volta a 24,5°, leva
aproximadamente 41.000 anos para ser completado. Nosso frágil planeta,
portanto, inclina-se e gira enquanto percorre em velocidade alucinante
sua trajetória orbital. A órbita leva um ano e, o giro, um dia, ao passo
que a inclinação tem um ciclo de 41.000 anos. Uma louca dança celeste
parece estar ocorrendo, enquanto saltamos, raspamos e mergulhamos na
eternidade e sentimos o puxão de ânsias contraditórias: cair dentro do
sol, por um lado, e soltarmo-nos e partir para a escuridão exterior, por
outro.
Influências Ocultas
Sabe-se agora que o domínio gravitacional do sol, nos círculos internos
dos quais a terra é mantida cativa, estende-se por mais de 24 trilhões
de quilômetros, quase que a metade do caminho até a estrela mais
próximas. A atração que o sol exerce sobre nosso planeta, portanto, é
colossal. Somos também afetados pela gravidade dos demais planetas com
os quais compartilhamos o sistema solar. Todos eles exercem uma atração
que tende a puxar a terra para fora de sua órbita regular em torno do
sol. Os planetas são de diferentes tamanhos, contudo, e giram em torno
do sol a velocidades diferentes. A influência gravitacional que podem
exercer, portanto, varia com o tempo, de formas complexas, ainda que
previsíveis, e a órbita muda de forma constantemente como reação. Uma
vez que a órbita é uma elipse, essas mudanças afetam seu grau de
alongamento, conhecido tecnicamente como "excentricidade". Esta
excentricidade varia de um valor baixo próximo de zero (quando a órbita
aproxima-se da forma de um círculo perfeito) para um valor alto de 6%,
quando está em sua forma mais alongada e elíptica.
Há ainda outras formas de influência planetária. Embora nenhuma
explicação tenha ainda sido dada, sabe-se que as freqüências de rádio de
onda curta são perturbadas quando Júpiter, Saturno e Marte ficam
alinhados. E, neste particular, surgiu também prova de uma estranha e
inesperada correlação entre as posições de Júpiter, Saturno e Marte, em
suas órbitas em torno do Sol, e perturbações elétricas violentas na
atmosfera superior da Terra. Esse fato parece indicar que os planetas e o
Sol fazem parte de um mecanismo cósmico-elétrico de equilíbrio, que se
estende por bilhões de quilômetros a partir do centro de nosso sistema
solar. Esse equilíbrio elétrico não é explicado nas teorias
astro-físicas correntes.
O New York Times, do qual foi extraído a notícia acima, não tentou
esclarecer mais o assunto. Seus jornalistas provavelmente não se davam
conta do quanto se pareciam com Berosus, o historiador, astrônomo e
vidente caldeu do século III a.C., que realizou um profundo estudo dos
portentos que, acreditava, pressagiariam a destruição final do mundo.
Concluiu ele: "Eu, Berosus, intérprete de Bellus, afirmo que toda a
terra será condenada às chamas quando os cinco planetas se reunirem em
Câncer, tão organizados em fila que uma linha reta poderia passar
através de suas esferas".
Uma conjunção de cinco planetas, que se pode esperar exerça profundos
efeitos gravitacionais, ocorrerá no dia 5 de maio do ano 2000, quando
Netuno, Urano, Vênus, Mercúrio e Marte se alinharão com a Terra no outro
lado do sol, iniciando uma espécie de cabo-de-guerra cósmico. Note-se
também que astrólogos modernos que inseriram em seus mapas a data maia
para o fim do Quinto Sol [o fim do mundo, no ano 2012 de nossa era]
calculam que, nessa data, haverá uma configuração muito estranha dos
planetas, na verdade, uma configuração tão estranha "que só pode ocorrer
uma vez a cada 45.000 anos... À vista dessa configuração
extraordinária, bem que podemos esperar um efeito extraordinário".
Ninguém em seu juízo perfeito correria para aceitar essa conclusão.
Ainda assim, não se pode negar que influências múltiplas, muitas das
quais não entendemos bem, parecem estar em ação em nosso sistema solar.
Entre essas influências, a de nosso próprio satélite, a Lua, é
especialmente forte. Terremotos, por exemplo, ocorrem com mais
freqüência quando a lua está cheia ou quando a terra se encontra entre o
sol e a lua; quando a lua está na fase de nova ou entre o sol e a
terra; quando ela cruza o meridiano da localidade afetada e quando está
mais perto da terra em sua órbita. Na verdade, quando ela atinge este
último ponto (tecnicamente chamado de "perigeu"), sua atração
gravitacional aumenta em 6%. Esse fato acontece uma vez a cada 27 dias e
um terço. A atração sobre as marés que ela exerce nessas ocasiões afeta
não só os grandes movimentos de nossos oceanos, mas também os
reservatórios de magma quente, presos dentro da fina crosta da terra
(que já foi descrita como um saco de papel cheio de mel ou melado,
viajando a uma taxa de mais de 1.600 km/hora em rotação equatorial, e a
mais de 106.000 km/h em órbita).
O Bamboleio de um Planeta Deformado
Todo esse movimento circular, claro, gera imensas forças centrífugas e
estas, como sir Isaac Newton demonstrou no século XVII, fazem com que o
"saco de papel" da terra torne-se abaulado no equador. O corolário disso
é o achatamento dos pólos. Em conseqüência, nosso planeta desvia-se
ligeiramente da forma de uma esfera perfeita e pode ser descrito mais
corretamente como um "esferóide oblato". Seu raio no equador (6.377.068
km) é 22 km mais longo do que o raio polar (6.355.422 km).
Durante bilhões de anos, os pólos achatados e o equador inchado têm
estado empenhados em uma interação matemática oculta com a influência
oculta da gravidade. "Uma vez que a Terra é achatada", explica uma
autoridade, "a gravidade da Lua tende a inclinar o eixo da Terra, para
que ele se torne perpendicular à órbita da Lua e, em menor extensão,
isso também se aplica no caso do Sol".
Simultaneamente, a inchação equatorial - a massa extra distribuída em
volta do equador - atua como a borda de um giroscópio para manter a
terra firme em seu eixo.
Ano após ano, em escala planetária, é esse efeito giroscópico que impede
que o puxão do sol e da lua altere radicalmente o movimento de rotação
do eixo da terra. A atração que esses dois astros exercem conjuntamente
é, contudo, suficientemente forte para obrigar o eixo a "precessar", o
que significa que ele bamboleia lentamente em direção horária, oposta ao
giro da terra.
Esse importante movimento é a assinatura característica de nosso planeta
no sistema solar. Quem quer que já tenha um dia jogado um pião deve
poder compreender esse fato sem muita dificuldade. O pião, afinal de
contas, é simplesmente um outro tipo de giroscópio. Em giro completo sem
interrupção, ele permanece na vertical. Mas, no momento em que o eixo é
desviado da vertical, ele começa a exibir um segundo tipo de
comportamento: um bamboleio lento e obstinado, invertido, em volta de um
grande círculo. Esse bamboleio, que é uma precessão, muda a direção em
que o eixo aponta, enquanto se mostra constante em um novo ângulo
inclinado.
Uma segunda analogia, de enfoque um tanto diferente, pode ajudar a esclarecer ainda mais o assunto:
1. Imagine a terra, flutuando no espaço, inclinada a aproximadamente
23,5° em relação à vertical e girando em torno de seu eixo a cada 24
horas.
2. Imagine esse eixo como um pivô, ou parafuso central, maciço e forte,
passando pelo centro da terra, saindo pelos pólos Norte e Sul e daí
estendendo-se para fora em ambas as direções.
3. Imagine que você é um gigante, percorrendo o sistema solar com ordens de realizar um trabalho específico.
4. Imagine-se aproximando-se da terra inclinada (que, por causa de seu
grande tamanho, nesse momento não lhe parece maior do que uma roda de
moinho).
5. Imagine-se estendendo as mãos e agarrando as duas extremidades do eixo prolongado.
6. E imagine-se começando lentamente a fazer uma inter-rotação, isto é, empurrando uma extremidade e puxando a outra.
7. A terra já estava girando quando você chegou.
8. Suas ordens, por conseguinte, eram de não se meter em sua rotação
axial, mas transmitir a ela o outro movimento: o bamboleio no sentido
horário denominado precessão.
9. Para cumprir a ordem, você teria que empurrar a ponta do eixo
prolongado para cima e em volta de um grande círculo no hemisfério
celeste norte e, ao mesmo tempo, puxar a ponta sul em volta de um
círculo igualmente grande no hemisfério celeste sul. Esse trabalho
implicaria um lento movimento tipo pedalagem com suas mãos e ombros.
10. Cuidado, porém. A "roda de moinho" da terra é mais pesada do que
parece, tão mais pesada, na verdade, que você vai precisar de 25.776
anos para girar as duas pontas do eixo através de um ciclo completo de
precessão (ao fim do qual eles estarão apontando para os mesmos pontos
na esfera celeste, como no momento em que você chegou).
11. Oh, por falar nisso, agora que iniciou o trabalho, podemos lhe dizer
que você jamais vai ter permissão para ir embora. Logo que um ciclo de
precessão acaba, outro tem de começar. E outro... mais outro... e mais
outro... e assim por diante, interminavelmente, para sempre e todo o
sempre.
12. Se quiser, você pode pensar nisso como um dos mecanismos básicos do
sistema solar ou, se preferir, como um dos mandamentos fundamentais da
vontade divina.
No processo, pouco a pouco, enquanto você lentamente passa o eixo
prolongado pelos céus, as duas pontas apontarão para uma estrela após
outra nas latitudes polares do hemisfério celeste sul (e, às vezes,
claro, para o espaço vazio), e para uma estrela após outra nas latitudes
polares do hemisfério celeste norte. Estamos falando aqui sobre um tipo
de dança de cadeiras entre as estrelas circumpolares. E o que mantém
tudo isso em movimento é a precessão axial da terra - um movimento
impulsionado por gigantescas forças gravitacionais e giroscópicas, um
movimento regular, previsível e relativamente fácil de esclarecer com
ajuda de equipamento moderno. Assim, por exemplo, a estrela polar norte é
atualmente Alfa Ursa Menor (que conhecemos como Estrela Polar).
Cálculos de computador, porém, permitem-nos dizer com certeza que, no
ano 3000 a.C., Alfa Draconis (Dragão) ocupava a posição polar; na época
dos gregos, a estrela polar norte era Beta Ursa Menor; e, no ano 14000
d.C. será Vega.
Um Grande Segredo do Passado
Não nos fará mal algum lembrar alguns dos dados fundamentais sobre os movimentos da terra e sua orientação no espaço:
. Ela se inclina em cerca de 23,5º em relação à vertical, ângulo este do qual pode variar até 1,5º em períodos de 41.000 anos.
. Completa um ciclo completo de precessão de equinócio a cada 25.776 anos.
. Gira em torno do próprio eixo a cada 24 horas.
. Descreve em torno do sol uma órbita completa a cada 365 dias (na verdade, 365,2422 dias).
. A influência mais importante sobre as estações é o ângulo no qual os
raios do sol atingem-na em vários pontos de sua trajetória orbital.
Notemos também que há quatro momentos astronômicos cruciais no ano,
marcando o início oficial de cada uma das quatro estações. Esses
momentos (ou pontos cardeais), que eram de imensa importância para os
antigos, são os solstícios do inverno e verão e os equinócios da
primavera e outono. No hemisfério Norte, o solstício de inverno, o dia
mais curto, cai no dia 21 de dezembro e, o de verão, o dia mais longo,
em 21 de junho. No hemisfério Sul, por outro lado, tudo está
virtualmente de cabeça para baixo: nele o inverno começa em 21 de junho e
o verão em 21 de dezembro.
Os equinócios, em contraste, são os dois pontos no ano em que noite e
dia têm igual duração em todo o planeta. Mais uma vez, contudo, como
acontece com os solstícios, a data que marca o início da primavera no
hemisfério Norte (20 de março) marca o outono no hemisfério Sul, e a
data do início do outono no hemisfério Norte (22 de setembro) marca o
início da primavera no hemisfério Sul.
Tal como as variações mais sutis das estações, tudo isso é conseqüência
da benevolente obliqüidade do planeta. O solstício de verão no
hemisfério Norte cai nesse ponto da órbita quando o pólo Norte está
apontado da forma mais direta na direção do sol; seis meses depois, o
solstício de inverno marca o ponto em que o pólo Norte aponta mais
diretamente para longe do sol. E, com bastante lógica, o motivo por que o
dia e a noite são de duração absolutamente igual em todo o planeta nos
equinócios de primavera e outono é que eles assinalam os dois pontos em
que o eixo de rotação da terra se encontra transversal ao sol.
Examinemos agora um estranho e belo fenômeno de mecânica celeste. Esse
fenômeno é conhecido como "precessão de equinócios". Possui
características matemáticas rígidas e repetitivas, que podem ser
analisadas e previstas com exatidão. É, no entanto, de observação
extremamente difícil e ainda mais difícil de medir precisamente, a não
ser com instrumentação sofisticada.
Nesse fenômeno talvez possa existir pista para solucionar um dos maiores mistérios do passado.
FONTE:Trecho do livro As Digitais dos Deuses de Grahan Hanckok
Trecho do Livro Gramática da Língua Quiché e seus dialetos.“Lyell’s Prino. Of Geologi t.II PAG 479 Londres 1872”
Fonte das imagens do calendário: Marcos Vaz
Trecho do livro "O SELVAGEM" do General Couto de Magalhães
Trecho do livro Insólito, de Sergio Russo
AS DIGITAIS DOS DEUSES
Tradução de RUY JUNGMANN
EDITORA RECORD
2001