A Profecia da Grande Pirâmide.
Um passeio pela Grande Pirâmide
Entramos pelo lado Norte, a uns 17 metros sobre o solo arenoso do deserto. Nos encontramos imediatamente na siringa, um corredor de 1,20 metros de altura e algo mais de um de largura, que submerge em um ângulo de 26°34′ através de 97 metros de descida. Após um pequeno percurso em horizontal poderemos ao fim levantar a cabeça, chegamos à câmara inacabada na qual é encontrado um porão fechado que, bem seguramente, guarda importantíssimos segredos. Remontando novamente a siringa nos encontramos com a entrada do canal ascendente, que originalmente foi obstruído com enormes blocos de pedra, mas que algum rastejador acostumado teve a habilidade de esquivar abrindo um estreito túnel. Subimos uns 40 metros de igual inclinação e dimensões que o corredor que acabamos de deixar, até encontrar-nos em uma bifurcação: por um lado a grande galeria todavia em suspenso e pelo outro, um estreito corredor em horizontal que após outros 40 metros nos conduz à câmara da rainha, que deveria servir como morada escondida da parceira do faraó.Retrocendendo o caminho, voltamos à grande galeria, com mais de 2 metros de largura e quase 9 de altura, com pedestais aos lados onde provavelmente repousavam as estátuas dos faraós antepassados de Quéops e que o tempo e os humanos se encarregaram de mudar de lugar. Se diz que estas figuras foram a origem do baralho de Tarô. Outro mistério para acrescentar à pirâmide. Após percorrer seus 46 metros, se chega a um pequeno patamar que dá entrada a um corredor que conduz à antecâmara, também chamada câmara dos rastelos pelo sistema de fechamento que havia para impedir o acesso à câmara do rei, construída em granito e surpreendente pela sua “nudez”. Vejamos agora suas medidas: 20 braças de comprimento (10,48 metros ; 10 braças de largura (5,24 metros) e 5 x 5 braças de altura (5,85 metros). Também aqui, como na câmara da rainha, existem dois canais de ventilação para a passagem da alma do faraó. Sem dúvida, o elemento mais importante desta câmara o constitui o sarcófago, um sólido bloco de granito de Assuan, escavado para permitir a colocação de um corpo em seu interior. Provavelmente esse sarcófago tão espartano somente serviu de morada à múmia real durante dois ou três dias, os necessários para as cerimônias rituais; mas se isto é assim, onde está o corpo de Queóps? É muito possível que o segredo esteja naquele porão fechado que se abria no solo da câmara subterrânea. Talvez através dele se pudesse chegar a outra câmara, a definitiva, escavada no mais profundo da rocha, sob a pirâmide; se é assim, o corpo do faraó que mandou construir a mais gigantesca das pirâmides continua dormindo seu sono eterno entre apertadas fendas por baixo do nível das águas do Nilo.
Como é fácil comprovar, a Grande Pirâmide é um ensinamento, poderíamos dizer um “Livro de pedra”, no qual se encontra escrita a soma dos conhecimentos matemáticos e astronômicos, e está claro que ainda não foi totalmente revelado. Mas, segundo a tradição, transmitida por Massudi, o escriba copto, a Pirâmide também encerra
“a história e a crônica dos tempos passados e dos tempos futuros e de todo acontecimento futuro que ocorrer no Egito”.
A essa investigação já se dedicaram os egiptólogos, com mais ou menos sorte, como agora veremos.
Mas antes de tudo, é preciso destacar umas palavras completas de sentido: “todo acontecimento futuro que ocorrer no Egito.” E, até o presente, os egiptólogos tentaram penetrar no mistério das profecias referentes ao mundo e, especialmente à Europa, particularmente também ao futuro da França, Inglaterra e Alemanha.
Jamais se ouviu falar dos manuscritos encontrados pelos que, em primeiro lugar, tentaram violar os segredos do monumento, como o califa Al Mamún, que tentou entrar no século IX, mandando escavar uma passagem por não haver descoberto a verdadeira entrada da Pirâmide.
Cabe pensar, também, que próximos das primeiras pesquisas, pedras e blocos ficaram ligeiramente deslocados, fato que poderia falsear um pouco os cálculos. Segundo os egiptólogos, as profecias da Pirâmide tem a particularidade de indicar as datas de acontecimentos anunciados. Pelo contrário, são outras profecias as que anunciam os acontecimentos futuros, se bem que quase nunca dão datas exatas, nem sequer aproximadas.
É evidente para todos que se dedicam a resolver estes problemas que, sendo a Pirâmide um monumento geométrico, todas as suas profecias, todos os cálculos de tempo devem estar em forma geométrica.
Se for assim e se é certo que foi descoberto o sistema, este permitiria determinar as datas dos acontecimentos passados, presentes ou futuros, mas não a natureza desses acontecimentos, tal como os vemos ocorrer.
Para dizer a verdade, não se trataria exatamente de uma profecia, mas do anúncio de circustâncias inevitáveis, como são os movimentos cósmicos cujas repercussões humanas escapam à nossa ciência, o que não significa que escapassem à dos sábios que construíram a Pirâmide.
De todo modo, isso demonstra o quão problemático pode ser toda a interpretação atual.
Há aproximadamente um século, em 1865, Robert menzies, ao falar desse problema “temporal”, deu a idéia de que a disposição interna dos corredores e das câmaras poderia representar uma cronologia. Mas sendo de educação cristã, Menzies quis relacionar essa cronologia com a era cristã e chegou à conclusão que, medida em polegadas sacras, o comprimento da Grande Galeria representava nossa era. Inclusive achou que a primeira Passagem Baixa da Antecâmara representava o começo das grandes guerras e acrescentou as adversidades profetizadas pelas Sagradas Escrituras.
Outros sábios adotaram tal idéia, se bem que acrescentando suas próprias interpretações: Smith, Aldersmith, o coronel Garnier, Davidson,Habermann… todos trataram de enquadrar a topografia que planificavam com as datas importantes já conhecidas, a fim de poder indicar as datas futuras.
Mas vacilaram e andaram tateando sem saber se deviam fazer principiar a era cristã no nascimento de Cristo ou em sua crucificação. Duas datas que, naturalmente ninguém conhece com exatidão.
Apesar disso, em 1905, o coronel Garnier obteve 1913 como a data do começo da Grande Guerra Européia ou Primeira Guerra Mundial, o que se aproxima bastante à verdade. E publicou isso em sua obra A Grande Pirâmide, seu construtor e suas profecias.
Não obstante, segundo Habermann, a Pirâmide foi construída como uma “cronologia histórica destinada a assinalar profeticamente os sucessos mais importantes da história de Israel”, coisa bastante difícil de admitir uma vez que as datas de 1939 a 1945 não estão indicadas nessa cronologia e, entretanto, a guerra dessa época foi uma das provas mais duras que os judeus tiveram que sofrer nos tempos modernos.
Georges Barbarin escreveu que “a cronologia da Pirâmide parece estreitamente ligada ao texto do Antigo e Novo Testamento”.
Ainda que isso pareça sujeito a uma grande cautela, colheremos de sua obra, o segredo da Grande Pirâmide, umas datas e estudaremos qual é ou pode ser o futuro.
Segundo ele, o calendário da Pirâmide compreende seis mil anos, equivalente à totalidade da Era Adâmica.
Indica que o ponto geométrico A determina com precisão o equinócio de outono – no hemisfério norte – (22 de setembro à meia-noite) do ano 4000 a.C.
Esse ponto ideal A parte das linhas dos corredores e do revestimento da Pirâmide, e, se fazemos partir a escala axial cronológica da Pirâmide, e, se fazemos partir a escala axial cronológica da Pirâmide desse ponto A, remonta a primeira Passagem Ascedente, a Grande Galeria e finaliza num ponto situado no centro da Antecâmara que corresponderia ao ano de 2001 de nossa era. Isso com a cronologia simbólica que está na linha quebrada desde a entrada exterior (ano 1345 do calendário da Pirâmide) até 1953, ao muro sul da Câmara do Rei.
Sempre segundo Barbarin, quando se chega à intersecção da Passagem Descendente e da primeira Passagem Ascendente, encontra-se uma data muito importante: é a do Êxodo de Israel, no dia 15 de Nissan, ou seja, em 4 de abril de 1486 a.C., e o ano 2513 da Pirâmide.
Bem, sabemos que em nenhum lugar da história do Egito menciona-se esse Êxodo de Israel que, certamente, aconteceu, mas, em relação ao Egito, foi um sucesso carente de importância. Exatamente como se um grupo de descontentes houvesse abandonado o país.
Naturalmente, cabe perguntar se não foi intencionalmente que os sacerdotes do Egito se calarem sobre esse assunto já que, a partir de Moisés, educado nos Templos como iniciado, levou consigo os mais preciosos segredos dos egípcios: suas ciências sagradas.
Podemos citar como exemplo a Arca da Aliança que tem, como vimos, a mesma capacidade que o cofre de granito vermelho da Câmara Real. Davidson e Aldersmith indicaram algumas datas transmitidas por Barbarin, como 02 de agosto de 1909: o czar Nicolas II passa revista naval de Cowes com o rei da Inglaterra Eduardo VII.
Sinceramente, não é possível crer que uma revista naval tenha a menor importância para a humanidade, como uma reunião de políticos em Londres, em 12 de dezembro de 1919.
E se, mais tarde, encontraram as datas da primeira guerra mundial, as de 4-5 de agosto de 1914 e 10-11 de novembro de 1918, datas estas sim importantes, não existe a menor indicação sobre a guerra de 1939-1945, que indubitavelmente foi algo muito mais importante que a revista naval de Cowes. Barbarin também escreveu:
“Do ponto de vista das pirâmides, a era cristã tem seu final com o teto da Grande Galeria, ou seja, a partir de 27-28 de outubro de 1912.”
Ainda que seja um pouco surpreendente ver uma influência religiosa finalizar com o teto de uma galeria, inclusive na Grande Pirâmide, é evidente que o próximo milênio deve marcar o fim de nossa era e que a influência religiosa cristã encontra-se em vias de desaparecer desde o princípio deste século, em virtude de uma lei inevitável do ciclos que conduz a um eterno voltar a começar.
Voltando a Barbarin, que é que realizou o estudo mais sério das pirâmides até nossos dias, indica a data de 15-16 de setembro de 1936, e diz:
“A partir de 15-16 de setembro de 1936, a humanidade (?) mudará completamente de direção pela primeira vez desde a Passagem de Entrada e desde a primeira data da Pirâmide.”
Com efeito, nesse local o corredor muda de direção.
“Nesta data de 15-16 de setembro de 1936 – acrescenta – sai-se do período geral do caos no qual estava desde 4-5 de agosto de 1914″.
1936 foi, certamente, um ano importante da história do Ocidente, especialmente na Espanha, já que em 18 de julho desse ano começou a guerra civil espanhola, prelúdio do grande cataclisma que foi a segunda guerra mundial, mas não é possível dizer que a Europa surgiu do caos então, mas que se afundou mais nele mesmo.
“O muro sul da Câmara do Juízo das Nações – continua Barbarin – que corresponde a data de 1953 está, portanto, sob a ação direta de Mut-Sekhmet, deusa sangrenta da guerra inimiga dos homens, os quais mata sem piedade”.
“É somente da entrada da Câmara do Rei (ou de 1953), que o tabuleiro político dos cincos continentes estará transtornando, e as peças aparecem nesse ponto misturadas, por isso todo incidente numa parte do mundo repercutirá imediatamente na outra metade.”
Entretanto mesmo que consideremos a Grande Pirâmide como uma “cronografia histórica”, não devemos esquecer que só fica assinalado “todo acontecimento futuro que ocorre no Egito.”
Não obstante, há que considerar que tudo está, hoje, misturado no Oriente Médio, assim como todos os interesses de amigos e inimigos também o estão.
Poderemos ter certeza, deixando à parte o tom profético, que na Europa será sofrido o contragolpe do transtorno que, sem dúvida, acontecerá.
A título documental, observamos as próximas datas inscritas, ao que parece, na Grande Pirâmide: julho-dezembro de 1992, e dezembro de 2001.
Essas datas correspondem a outras profecias e, por outro lado, hoje sabemos que, efetivamente, 1992 é uma data de suma importância, por duas razões específicas, ao menos para os espanhóis e os americanos: 1992 é o ano das Olímpiadas celebradas na cidade de Barcelona e também é a comemoração do quingentésimo aniversário do descobrimento do continente americano por Cristovão Colombo. Ambas são datas históricas de grande destaque, especialmente a segunda.
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